quarta-feira, 24 de maio de 2023

THERE IS NO OTHER TINA

 

(Neste fim de tarde indeciso sobre se a chuva virá ou se será apenas uma ameaça, cai a notícia, proveniente da Suiça, sobre a morte de Tina Turner, onde pelos vistos residia com os seus 83 anos, de vida intensa, de espantosa força no palco e na vida, ao longo da qual o rock a ajudou a fazer o seu caminho das pedras. Nos tempos conturbados da Troika e das famigeradas políticas de austeridade contra-ciclo, o nome de TINA adulterou-se para lá do suportável quando o TINA queria simplesmente dizer “There is No Alternative”. Mas havia e a resposta global à pandemia demonstrou que estávamos certos quando invocávamos essa possibilidade.

Quis o destino que esse acrónimo horroroso conspurcasse o nome sagrado de Tina Turner.

83 anos é uma vida longa, tanto mais longa quanto mais ela foi vivida com uma intensidade de que os seus espetáculos eram feitos, ocupando literalmente o palco, com uma energia infinita e eletrizante, por vezes raiva, carregando com a força do seu rock uma espécie de combate a posteriori com as condições da sua própria vida e da sua afirmação.

Pelos acasos do mundo, Tina Turner desaparece no dia de aniversário de outra manifestação lendária, Bob Dylan, esse ainda vivo, efeméride que hoje bem cedo pela manhã na Antena 2 Paulo Alves Guerra nos fez recordar.

 

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