quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

ELISABETH POR GABRIEL

A notícia foi hoje confirmada mas os rumores já apontavam para ela: em França, sai Elisabeth Borne – após pouco mais de um ano e meio de grandes dificuldades em face da estrita maioria relativa de que dispõe o “macronismo”, da conflitualidade social que persiste no país, da enorme subida do partido de Marine Le Pen nas sondagens e da recente aprovação de uma lei da imigração assaz contestável e apoiada pela extrema-direita – e entra o ex-porta-voz de Macron e seu efémero ministro da Educação, Gabriel Attal (GA) de seu nome. Tido por um fiel e portador da energia e foco necessários para ajudar a tentar relançar um mandato presidencial que tem corrido bastante mal e cujo sentido o presidente aspira a inverter nas próximas Europeias, GA é um jovem de 34 anos (quem foi que disse que os nossos candidatos a primeiro-ministro são excessivamente jovens e inexperientes?) e reconhecidamente parte de uma relação homossexual assumida com um parlamentar europeu do Grupo Renew (de louvar que a política francesa, tida por conservadora em matéria de costumes, incorpore com naturalidade o facto). A jogada de Macron é desesperada e de êxito muito duvidoso mas não deixa de ter a coragem e o mérito de apostar no risco. Apesar das inclinações mais conservadoras e das grandes ambições do já designado “mini-Macron”...

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