terça-feira, 30 de janeiro de 2024

UMA NOTA COMPLEMENTAR SOBRE O INFERNAL METROBUS

 


(Saúdo obviamente o post do meu colega de blogue sobre o metrobus da Avenida da Boavista e da Marechal Gomes da Costa e sobretudo sobre as condições infernais de tráfego que a obra tem suscitado. Sou um dos martirizados com essa situação, sobretudo quando às terças e quartas feiras tenho de subir a Avenida da Boavista no regresso a casa de Matosinhos. Gostaria apenas de acrescentar uma nota complementar e ela prende-se com a reduzida discussão pública que a solução técnica do metrobus suscitou. E aí estou a marimbar-me para a celeridade imposta pelo PRR. Essa celeridade não pode nunca contribuir para uma consciência cívica e participativa cada vez mais murcha. E a Câmara Municipal do Porto tem a obrigação de não apenas se insurgir contra o inferno das obras. Cabe-lhe também promover uma discussão ampla das soluções técnicas que se abatem sobre a Cidade, seja nas áreas mais finas e sofisticadas como a Marechal, mas também noutras zonas mais desfavorecidas.)

O meu ponto é muito simples. Sei quem influenciou tecnicamente a solução do metrobus, mas não quero entrar por aí e nem me interessa remoer sobre o assunto. O meu ponto é outro. A solução técnica escolhida, a do canal de metrobus, não é a única possível e já não estou sequer a ponderar a hipótese de não haver metrobus algum. Suspeito que as estimativas existentes de procura têm raiz em alguns trabalhos para a rede de metro e admito que não tenham sido realizadas estimativas para a solução específica de metro bus. Mas dou de barato que essa procura potencial existe.

A alternativa óbvia seria uma linha de metro. Não vi qualquer debate sobre essa matéria e a celeridade do PRR é uma desculpa de mau pagador.

Questiono por exemplo se existem boas práticas sobre a matéria noutras Cidades europeias que nos permitam confiar abertamente na solução.

Alguém me dizia há dias que a mais bondosa interpretação da obra é que, pelo menos, vai ficar um espaço canal para uma futura linha de metro, pronta para ser operacionalizada se o projeto der com os burros na água e se revelar insustentável.

Obviamente que esta voz avisada não morre de amores pela solução do metrobus, mesmo descontando a perceção infernal das obras que ele exigiu.

 

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