Não é novidade para ninguém que a vida de Pedro Sánchez está complicada. Com efeito, e apesar da grande perícia do presidente do governo espanhol, de há muito que ele vem gerindo no arame a manutenção do seu poder. Ultimamente, conseguiu rechaçar as tentativas de Feijóo para formar um governo através de negociações nada óbvias e muito complexas com uma coligação de partidos à sua esquerda e com autonomistas de diversas extrações (com especial destaque para os compromissos de amnistia a que foi forçado junto do “Junts per Catalunya” de Carles Puigdemont e da “Esquerda Republicana da Catalunha” de Oriol Junqueras). Os observadores da situação política em Espanha referem crescentemente quanto “Pedrito” se sente bloqueado para que o seu governo possa decidir o que quer que seja (de facto, aquele calvário é imensamente pior do que aquele de que Costa se queixava por cá nos tempos da “geringonça”) e, neste quadro, já começam a fazer-se títulos indicando a sua fuga para em Bruxelas ser o lugar de sucessor de Charles Michel que o nosso primeiro tanto queria. Ainda assim, nada está fechado nem sequer alinhavado; o bem informado “Politico” de ontem, por exemplo, apostava num arredar de Costa (“outros não gostam muito da ideia de ter um político sénior investigado por corrupção – mesmo que seja inocentado de irregularidades – na cadeira do Conselho, especialmente após o escândalo de corrupção do Qatargate”) e em hipóteses tão diversas quanto as da primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen e do ex-primeiro-ministro sueco Stefan Löfven (no espetro socialista) ou a de Mario Draghi (apesar das fortes reservas de Meloni), não aparecendo ainda ali pré-qualificado o nome de Sánchez. Mas, aberta por Michel a caça aos “top jobs” em Bruxelas, não surpreenderia que o espanhol viesse a vencer a corrida e a transformar-se, assim, em mais um ex-amigo do nosso inefável Costa.
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