sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

O RECUO GLOBAL DAS DEMOCRACIAS LIBERAIS

 

Recorro ao interessante relatório do instituto sueco V-Dem para aqui chamar a atenção para a quebra da saúde e qualidade da democracia (avaliada com base em cinco princípios: eleitoral, liberal, participativo, deliberativo e igualitário) ao alcance de um cidadão global médio em 2022. O mapa abaixo é muito elucidativo quanto ao atual estado da arte, evidenciando que as democracias liberais são altamente minoritárias no mundo e significativamente restringidas à Europa, América do Norte e Austrália; ao que acresce o facto de estarem em quebra no cômputo global, tendo o índice especificamente calculado por aquele instituto regredido a níveis de 1986. Atente-se no primeiro gráfico mais abaixo, preocupantemente indiciador de uma realidade global em que é visível o crescente domínio das autocracias (mais fechadas, i.e., puras e duras, ou mais disfarçamente compagináveis com a presença de processos eleitorais).





Em complemento, os três gráficos que encerram este post utilizam uma proposta gráfica do “Financial Times” em que a evolução histórica comparativa de período longo (mais concretamente, desde os tempos da Revolução Francesa) pode ser tida em conta de modo bastante sugestivo e no mesmo sentido geral – casos particulares curiosos são os da democratização do Japão e Coreia desde o pós-guerra (após mais de década e meia de regimes autocráticos), as permanências antidemocráticas de China e Rússia (esta com um pico excecional no momento da implosão da União Soviética) e as variações de Índia e Brasil (este com a tradição democrática que o nosso D. Pedro lhe legou) e também da Espanha (certamente algo em linha com o que revelaria a nossa própria realidade).


(a partir de https://ft.com)


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