sábado, 27 de janeiro de 2024

ESTAMOS SEMPRE A TEMPO

 


(Muitas vezes faço uma retrospetiva de mim próprio, em modo um pouco cáustico talvez, que me conduz à conclusão de que sempre fui uma eterna esperança. Explico-me. No liceu era bastante habilitado para o desporto e no Rodrigues de Freitas no Porto aprendi todo e qualquer tipo de desporto tirando partido das magníficas instalações e da visão de um grande Professor de educação física Cordeiro dos Santos. Parecia predestinado para o desporto, segui depois a sedução do voleibol no CDUP e cheguei à seleção nacional de Esperanças, com presença na edição da Taça Latina em Madrid. A esperança não se concretizou porque então a Universidade se sobrepôs. Iniciei entretanto uma carreira académica que após algum tempo decidi partilhar com a atividade de consultadoria e lá se foi a esperança de uma carreira académica que poderia ter sido promissora, mas outros valores se levantaram. Pelo meio regressei à atividade desportiva e o ténis atraiu-me e cheguei a ter alguma presença em torneios regionais de veteranos. Tudo isto vem a propósito de me ter decido a regressar ao registo como atleta federado na Federação Portuguesa de Ténis e tentar uma nova digressão por alguns torneios, sobretudo com o propósito de passar menos horas na secretária ou na poltrona da televisão. Aos 74 anos isto pode ser temerário e passar a fazer a figura de peças de Zoo desportivo. Mas como na minha vida desportiva nunca fui muito achacado a lesões e à necessidade de uso de apetrechos para as contrariar, arrisquei e cá estou pronto para enganar a erosão do tempo … e do corpo também.)

 

Não me federei a tempo de me inscrever no torneio de singulares de mais de 70 anos que está a desenrolar-se de 24 a 28 de janeiro no Clube de Ténis do Porto, mas a inscrição mais tardia do torneio de pares e uma alma caridosa colocou-me no quadro desse mini-torneio e aí estarei eu amanhã com o meu batismo de fogo no regresso à competição. Sem ritmo e com pouco treino não tenho mais de que pedir desculpa antecipada ao meu colega de proeza, que não conheço pessoalmente, mas que acredito que esteja melhor preparado do que eu e compense a minha falta de ritmo.

E aqui está em curtas e concisas palavras, a descrição fugaz do meu regresso à competição, repito para enganar a erosão do tempo e também do corpo.

E assim se faz a vida de uma eterna esperança.

 

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