É hoje perfeitamente claro, e mais do que nunca aliás, que o conhecimento pressupõe a informação mas não se reduz a esta, antes vai bem para além dela. Todavia, não é por isso que devemos deixar de valorizar a informação que, crescentemente e ao segundo, nos entra pelos olhos e ouvidos dentro – um tique aliás já completamente incontornável nesta fase da vida de gerações menos jovens e cujos mecanismos de formação assentaram em lógicas diametralmente opostas às atuais. Sendo ainda que é plena a consciência de que a amplitude da informação disponível também tende a induzir efeitos sociais e educacionais perversos, designadamente ao largamente permitir que os sempre ligados campeões do online se alcandorem ao irritante papel de campeões da treta, uma espécie de grandes especialistas de coisa nenhuma. Mas adiante.
Aqui deixo, então, quatro elementos de informação de diversa ordem e apresentados com recurso a diferentes suportes auxiliares de leitura (um mapa-múndi devidamente assinalado, um gráfico de área, um gráfico de linha composto por dois eixos e dando conta de uma evolução temporal e um gráfico tipo de barras e comparando diferentes países num dado momento do tempo), informações relevantes em si mesmas e razoavelmente compatíveis com algum saber de experiência feita mas informações que também revelam os seus próprios limites ao não serem acompanhadas de qualquer explicação estruturada quanto às razões e dinâmicas que lhes subjazem.
E assim ficamos informados tout court das seguintes realidades:
(i) que naquela zona do mundo mais iluminada do mapa, asiática como é bom de ver, vive mais gente do que em todo o resto do mundo;
(ii) que as emissões de dióxido de carbono cairam de 40% para 26% no último quarto de século nos países do chamado G7 e também registaram uma quebra a nível global, em contraste com a situação da China onde aumentaram de 11% para quase um terço do total mundial no mesmo período de tempo;
(iii) que, numa Europa excessivamente dependente do crédito bancário para o financiamento da atividade económica das suas empresas (em relação a canais financeiros alternativos, como os mercados de capitais designadamente) e que sofreu um persistente credit crunch de seis anos, só desde o ano passado é que a percentagem de bancos europeus que iam endurecendo os seus critérios creditícios passou a ser inferior à dos seus congéneres que podiam decidir optar por um alívio dos mesmos;
(iv) que os holandeses fogem largamente à regra europeia em termos de intensidade de recurso ao trabalho em part-time (quase 27% dos homens empregados e cerca de 77% das mulheres), no que são seguidos a alguma distância pelos suíços e mais longinquamente por alemães e austríacos, ingleses e irlandeses, belgas e nórdicos, sendo ainda que os países do sul da Europa se apresentam bem mais significativamente arredados de tal prática (que, em termos de média europeia, atinge cerca de 9% dos homens empregados e quase um terço das mulheres).
So what?
(Free Lunch, http://www.ft.com)
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