quinta-feira, 11 de junho de 2015

MAIS LOGO, TERTÚLIA NO BAR DA FAUP




(Reflexões para uma geografia da crise)

A minha amizade de longa data com o Manuel Fernandes de Sá e mais recente proximidade ao Álvaro Domingues levaram-me a responder afirmativamente ao convite de jovens doutorandos do grupo da Morfologia e Dinâmicas do Território para uma das suas tertúlias, neste caso, sobre Territórios da Crise, que hoje terá lugar no bar da Arquitetura, às 18 horas.

Este grupo da FAUP, ainda com a presença tutelar de Nuno Portas a enquadrar as reflexões, mas com sangue novo, mais propenso a inovações analíticas que a FAUP bem precisa, pois tem ficado aquém do que lhe seria exigido em termos de investigação sobre o território, tem produzido muita reflexão sobre este vasto território do Noroeste Peninsular. Começa a ser imperioso sistematizar essa reflexão e retirar daí as devidas implicações em termos do tipo de políticas públicas.

Pela minha parte, vou tentar enquadrar o debate das geografias da crise e das suas implicações territoriais essencialmente com uma leitura territorializada das transformações experimentadas pelas manifestações do modelo social europeu em Portugal (o chamado Estado Social) na sequência das duas crises: a financeira internacional de 2007-2008 e a das dívidas soberanas que conduziram ao resgate da economia portuguesa (Memorando da Troika), que explorei com a colega Pilar Gonzalez no estudo para a OIT que acaba de ser publicado em obra coletiva pela Edward Elgar, coordenada por Daniel Vaughan-Whitehead.

Partindo da caracterização do Estado Social em Portugal como um edifício institucional que é recente, contexto-dependente, desequilibrado, abrangente e vulnerável, discutirei cenários de emagrecimento, reorganização/reorientação e possível desmantelamento selvagem e procurarei avaliar que consequências territoriais são antecipáveis.

Uma boa tertúlia, espero, sempre com a recordação de que as minhas conversas no passado com representantes da FAUP, Lixa Filgueiras, Manuel Fernandes de Sá, Álvaro Domingues, Nuno Portas sempre incidiram em questões que estão para além da arquitetura, o social, as dinâmicas territoriais, o planeamento.

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