domingo, 28 de junho de 2015

CLETO, A SINAGOGA DO PORTO E O MUSEU JUDAICO


Foi um Joel Cleto lesionado que nos apareceu a honrar o seu compromisso de organizar a primeira visita guiada ao Museu Judaico, hoje inaugurado no primeiro piso dos espaços da Sinagoga, ali à Rua Guerra Junqueiro. Onde logo na sala da entrada recordei a figura de Henry Tillo, já desaparecido há doze anos. Um museu ainda modesto mas constituindo-se forçosamente em parte integrante de uma lacunar memória da Cidade e da história de Portugal e dispondo ainda de muito material relevante para exploração e investigação histórica. Passagens importantes por factos nacionais marcantes, pela negativa e pela positiva, com destaque para a expulsão dos Judeus por D. Manuel I e para as temporalmente prolongadas sevícias da Inquisição no primeiro caso ou para a abertura religiosa da Primeira República e para a dedicação do capitão/coronel Artur Carlos Barros Basto no segundo. A sinagoga – de influência hispano-árabe, em estilo art-déco, contando com qualquer coisa como vinte mil azulejos e que é, ao que parece, a maior da Península Ibérica – acabou de ser construída em 1938, na completa contracorrente da tragédia que ocorria pela Europa e muito por via de um impulso financeiro dos filhos de um filantropo de origem iraquiana (Sir Elly Kadoorie) em homenagem à mãe Laura (descendente de judeus portugueses que abandonaram o País devido à Inquisição), e desempenhou um papel central na passagem por cá de centenas de judeus em fuga ao nazismo (matéria sobre a qual ainda iremos seguramente conhecer muitos episódios de vida interessantes). O museólogo Hugo Vaz foi o principal animador das explicações da tarde perante um grupo em que os homens naturalmente não deixaram de usar o devido solidéu...

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