(Os
criadores desaparecem, mas a materialização das ideias persiste)
O Público anuncia hoje a morte aos 81 anos de Hortz Brandstätter,
empresário alemão dos eternos Playmobil, depois de em fins de janeiro de 2009
ter desaparecido também o criativo Hans Beck responsável pelos simpáticos
bonecos. Vá lá saber quem é o pai efetivo dos Playmobil, se o empresário que
intuiu no projeto a criação de valor económico, se o criador e designer da ideia. A formação das ideias
económicas cumpre precisamente este modelo, tão pai é o criativo, quanto o
empresário que intuiu a oportunidade e a transformou em valor.
(Hans Beck, caricatura e fotografia)
E o produto material dessa ideia persiste ao longo do tempo. As simpáticas
figuras exercitaram a imaginação de pai Figueiredo e mãe Mité na recriação de
brincadeiras com o Hugo e o Rui, resistiram ao tempo numa arca conservada e
exercitam agora a mesma imaginação de avós e pais nas brincadeiras com a
Margaridinha e com o Francisco. Os piratas, as obras, os circos, enfim toda uma
panóplia de situações pedagógicas e de simples prazer lúdico, combinam-se hoje
com novos modelos, numa continuidade intergeracional que nos tempos da
efemeridade e do digital é uma verdadeira raridade, um património único a
preservar.
Os Playmobil representam um outro modelo de passagens do tempo, o oposto da
efemeridade e do instante instável do digital.
Sem comentários:
Enviar um comentário