terça-feira, 9 de junho de 2015

PASSAGENS DO TEMPO (IV)




(Os criadores desaparecem, mas a materialização das ideias persiste)

O Público anuncia hoje a morte aos 81 anos de Hortz Brandstätter, empresário alemão dos eternos Playmobil, depois de em fins de janeiro de 2009 ter desaparecido também o criativo Hans Beck responsável pelos simpáticos bonecos. Vá lá saber quem é o pai efetivo dos Playmobil, se o empresário que intuiu no projeto a criação de valor económico, se o criador e designer da ideia. A formação das ideias económicas cumpre precisamente este modelo, tão pai é o criativo, quanto o empresário que intuiu a oportunidade e a transformou em valor.



 (Hans Beck, caricatura e fotografia)
E o produto material dessa ideia persiste ao longo do tempo. As simpáticas figuras exercitaram a imaginação de pai Figueiredo e mãe Mité na recriação de brincadeiras com o Hugo e o Rui, resistiram ao tempo numa arca conservada e exercitam agora a mesma imaginação de avós e pais nas brincadeiras com a Margaridinha e com o Francisco. Os piratas, as obras, os circos, enfim toda uma panóplia de situações pedagógicas e de simples prazer lúdico, combinam-se hoje com novos modelos, numa continuidade intergeracional que nos tempos da efemeridade e do digital é uma verdadeira raridade, um património único a preservar.

Os Playmobil representam um outro modelo de passagens do tempo, o oposto da efemeridade e do instante instável do digital.

Longa vida aos Playmobil.

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