segunda-feira, 29 de junho de 2015

AINDA A SONDAGEM

(João Fazenda, http://visao.sapo.pt)

(Helder Oliveira, http://expresso.sapo.pt)

Ao contrário do que é corrente dizer-se, nem sempre a voz do povo é por completo a voz da razão. Todavia, não só é facto que o povo tem em suas mãos a soberania do voto como também o é que, a despeito de toda a iliteracia cultural e impreparação política, o exercício dessa soberania se traduz, as mais das vezes, num resultado de larga razoabilidade e bom senso.

Lembrei-me destas lapalissadas quando testemunhei uma conversa acerca da recente sondagem que colocou o peso eleitoral do PS ligeiramente abaixo do da coligação de direita. A ideia nuclear era, numa frase, a de que as pessoas preferem um bêbado conhecido a um alcoólico anónimo. Percebe-se o espírito da boutade, que seria talvez melhor formulada assim: as pessoas comuns preferem uma bebedeira feita de muitas garrafas de vinho (mesmo manhoso ou até a martelo) do que soçobrarem agoniadamente perante cocktails plenos de sabores mesclados e desconhecidos (mesmo que com nomes pomposos ou provenientes de recipientes com rótulos de grande qualidade artística).

Não estou bem certo da utilidade deste post, talvez prosaico em excesso, mas na dúvida optei pelo sim com um endereçamento ao António Costa. E com a patriótica e confiante dedicatória de que possa ajustar e acertar os seus tiros por forma a conseguir que o homenzinho acima representado não fique...

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