Apresentação das linhas orientadoras do programa eleitoral da coligação PSD/CDS, na noite de ontem. Passos em quatro momentos ilustrativos (ver as imagens em devida consonância) da profunda largueza dos seus rigorosos desideratos. Começando, indicador com polegar, pela “pedra de toque”: “Temos de ter uma economia ainda mais dinâmica e competitiva do que aquela que temos hoje [sublinho o “ainda”]. E esta é a pedra de toque para a nossa liberdade futura.” Prosseguindo, ar decidido e mãos estendidas para o horizonte, a explicar que nada do que nos aconteceu foi por acaso, como alguns ingenuamente sustentam: “Nós não estivemos simplesmente de serviço, de faxina, a limpar os estragos que tínhamos herdado. Nós estivemos, paulatinamente, a construir uma estratégia coerente, concertada, que haveria de construir à recuperação da nossa economia”. Deixando também, ar trocista e com pouco firme colocação de mãos, os seus recaditos ao PS: “Não precisam de se por com invenções. Não precisam de espremer a imaginação para surpreender os portugueses. Não precisam de ir testando esta ou outra ideia para ver se descolamos nas sondagens. Os eleitores estão cansados de invenções.” E terminando, após explicitar o que os portugueses não devem querer para os próximos quatro anos, num reconhecimento tão freudiano quanto honesto de que segurança, estabilidade e previsibilidade não foram o seu forte nos anteriores quatro anos: “O que é que nós queremos? Nós queremos que os próximos quatro anos não sejam anos de sobressalto, não sejam anos em que as pessoas não sabem o que é que vai acontecer com os salários ou com as pensões, com os seus rendimentos ou com a sua vida. Queremos que os próximos quatro anos sejam anos de segurança, de estabilidade, de previsibilidade.” Eis o que poderia ter sido uma mui dignificante saída de cena, houvera mínimos de decência...
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