Duas capas seguidas do “Le Monde” parece sinalizar aquilo que poderá ser um primeiro resultado prestes a sair das negociações greco-europeias mais FMI. Na primeira, o protagonista é Tsipras chamando a atenção para um seu artigo de página inteira no interior, um texto firme mas escrito em tom mais defensivo (a intransigência grega não é a principal causa da falta de um acordo com os credores) do que afrontativo (ficam apenas alguns recados e avisos, assim como uma denúncia do estrondoso falhanço dos programas da Troika). Na segunda, os protagonistas são Merkel e Hollande que tudo indica terem-se posto de acordo no sentido de pressionarem pessoal e conjuntamente um primeiro entendimento (esta semana?) para o qual já têm vindo a gastar horas ao telefone com o primeiro-ministro grego (designadamente). E enquanto o FMI prossegue a sua esquizofrénica abordagem em relação a este tipo de matérias – cada dia é um dia, ora chuvoso ora soalheiro, cada funcionário fala por si, cada diretor opina como melhor entende e lhe convém em face da ocasião e Lagarde preside atirando para onde está virada –, a Comissão Europeia permanece largamente ausente em parte incerta, com Juncker a tolerar a continuação da intergovernamentalidade e entretendo-se entre declarações desencontradas e palhaçadas de gosto duvidoso...
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