sexta-feira, 12 de junho de 2015

JOGANDO COM OS YIELDS

(André Carrilho, http://www.dn.pt / Cristiano Salgado, http://visao.sapo.pt / Helder Oliveira, http://expresso.sapo.pt)

Após um período muito recente que chegou a raiar o domínio do miraculoso, um período em que foi por demais visível o especial engenho passado por Gaspar a Passos, Portas e Albuquerque para em geometrias variáveis (sistematizadas nas imagens que abrem este post) submeterem os mercados à sua temerosa voz de credibilidade e comando, o dedo daqueles nossos magníficos governantes parece começar a perder alguma da influência que se julgava adquirida. Com efeito, o yield implícito nas nossas obrigações soberanas a 10 anos já se aproxima dos 3%, no quadro de uma subida paulatina que vem ocorrendo desde que foi atingido o mínimo histórico de 1,57% em março passado.

Mas deixemo-nos de brincadeiras de gosto duvidoso! E façamos por aproveitar preferencialmente a informação de período longo (1994 até ao momento presente) facilmente acessível no sítio da “Trading Economics” (http://www.tradingeconomics.com) para aqui registar mais algumas constatações e apreciações seguramente justificativas de atenção adicional: primeiro, o dado estatisticamente relevante de ser de 5,98% o valor médio dos yields observados ao longo dos quase vinte e um anos e meio em apreço; segundo, a renovada verificação (gráficos abaixo) do que de essencial marcou mais de duas décadas de financiamento do Estado português, seja pelos elevados níveis de taxas anteriores à preparação da moeda única, seja pelos seus níveis baixos e estáveis nos anos que se estenderam entre a criação da moeda única e o advento da crise financeira internacional e europeia, seja pela excecional dimensão da especulação ocorrida durante essa mesma crise (com o pico de 17,36% a ser atingido em janeiro de 2012), seja finalmente pelos seus níveis estranhamente reduzidos ao longo destes peculiares anos mais recentes; terceiro, e recorrendo aos últimos gráficos abaixo, o detalhe complementar de momentos particulares como o da fase mais aguda da crise, o dos três anos de quebra de taxas que por diversas razões (sondáveis e insondáveis) lhe sucederam e o deste último semestre em que, ainda num quadro de yields baixos, já acontece que o nível atual de taxas é superior ao que marcava o início do ano.

O seu a seu dono, espera-se...



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