sexta-feira, 15 de abril de 2016

BERNIE VERSUS HILLARY




(“No bank is too big to fail and no executive too powerful to jail” parece uma boa máxima para os dias de hoje e a pergunta certa é saber quem dos dois, Bernie ou Hillary, está em melhor condições de a aplicar)

Já por repetidas vezes discuti aqui alguns fatores que podem explicar a surpreendente resistência de Bernie Sanders nas primárias democratas americanas. Isto de ter um socialista a disputar até ao fim a nomeação democrata é algo de surpreendente na sociedade americana e por isso não será um produto circunstancial. Antes deverá corresponder a algo de mais estrutural.

É claro que projetando uma eventual nomeação de Donald Trump pelo lado republicano, e pressupondo que não há uma qualquer barragem do partido a essa indicação, então rapidamente concluiremos que Hillary Clinton será inclusivamente apoiada por alguns republicanos, apostados em verem-se livres de tão incómoda criatura.

O implacável Simon Head no New York Review of Books (ver aqui link) avança com mais um argumento para justificar a dificuldade relativamente imprevista de Hillary em libertar-se da pressão de Bernie Sanders.

É que a relação da Goldman Sachs (recordam-se?) com os Clinton (desde praticamente os primórdios da vida política do casal) levanta algumas questões pertinentes, agravada pela recusa sistemática de Hillary em reproduzir publicamente os seus discursos para a Goldman Sachs, em reuniões de executivos ou reuniões de natureza similar. Head apresenta a Goldman como o principal contribuidor de Wall Street para o conjunto de atividades promovidas pelos Clinton, através de fees de conferências, donativos e contribuições de campanha.

Com amizades destas, todas as dúvidas podem colocar-se acerca da capacidade de uma futura governação Hillary para reservar as devidas distâncias relativamente à plutocracia financeira. Bernie agradece.

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