(“No bank is too
big to fail and no executive too powerful to jail” parece uma boa máxima para os dias de hoje e
a pergunta certa é saber quem dos dois, Bernie ou Hillary, está em melhor
condições de a aplicar)
Já por repetidas vezes discuti aqui alguns fatores que
podem explicar a surpreendente resistência de Bernie Sanders nas primárias
democratas americanas. Isto de ter um socialista a disputar até ao fim a nomeação
democrata é algo de surpreendente na sociedade americana e por isso não será um
produto circunstancial. Antes deverá corresponder a algo de mais estrutural.
É claro que projetando uma eventual nomeação de Donald Trump
pelo lado republicano, e pressupondo que não há uma qualquer barragem do
partido a essa indicação, então rapidamente concluiremos que Hillary Clinton
será inclusivamente apoiada por alguns republicanos, apostados em verem-se
livres de tão incómoda criatura.
O implacável Simon Head no New York Review of Books (ver aqui link) avança com mais um argumento para justificar a dificuldade relativamente
imprevista de Hillary em libertar-se da pressão de Bernie Sanders.
É que a relação da Goldman Sachs (recordam-se?) com os
Clinton (desde praticamente os primórdios da vida política do casal) levanta
algumas questões pertinentes, agravada pela recusa sistemática de Hillary em reproduzir
publicamente os seus discursos para a Goldman Sachs, em reuniões de executivos
ou reuniões de natureza similar. Head apresenta a Goldman como o principal
contribuidor de Wall Street para o conjunto de atividades promovidas pelos
Clinton, através de fees de conferências,
donativos e contribuições de campanha.
Com amizades destas, todas as dúvidas podem colocar-se
acerca da capacidade de uma futura governação Hillary para reservar as devidas
distâncias relativamente à plutocracia financeira. Bernie agradece.
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