(Crescimento
ligeiramente acima do previsto em França e em Espanha (para que será preciso um
governo?) no 1º trimestre de 2016 atiram finalmente o PIB da zona euro para níveis ligeiramente acima dos
prevalecentes antes da crise de 2007-2008, mas haverá matéria para festejar?)
Houve quem celebrasse o registo simbólico de passados mais de 8 anos, o PIB
da zona euro ultrapassar finalmente o que prevalecia neste espaço económico antes
dos acontecimentos turbulentos de 2007-2008. Não haverá por certo melhor indicador
de recuperação tão agónica e, direi eu, melhor demonstração da inépcia da gestão
macroeconómica da crise pelas bandas da UE, apesar das piruetas e contorcionismo
de Draghi.
Se pensarmos melhor não haverá muito que celebrar, já que o crescimento
global da zona euro é ainda insuficiente para compensar os custos da terapia
usada na crise das dívidas soberanas, como sobretudo os casos da Grécia e
Portugal continuam a fazer-nos lembrar. Numa união económica e monetária, os
mais avançados teriam que estar a crescer a ritmos bem mais elevados para compensar
as agruras dos que experimentam os efeitos dos choques assimétricos. Ora, o
esforço contorcionista de Draghi mostra que as coisas não estão resolvidas a nível
global. Além disso, se tudo estivesse bem, não se falaria tanto como hoje de “HelicopterMoney”. Nem os fundadores da política monetária imaginariam que no século XXI o
conceito voltasse à praça pública, não como mero interesse intelectual, mas
como medida de último recurso.
Francesco Saraceno no Sparse Thoughts of a Gloomy European Economist tem
razão em zurzir na ideia de celebração. Assino por baixo.
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