quinta-feira, 14 de abril de 2016

UMAS FUTEBOLADAS...


No espaço de menos de uma semana, duas inéditas incursões futebolísticas fora do Dragão e sem o FCPorto em jogo. Quinta-Feira passada estive nos camarotes da Pedreira de Braga, a convite do amigo Duarte Nuno Pinto, para assistir à primeira mão dos Quartos de Final da Liga Europa entre o Sporting local e os ucranianos do Shakhtar Donetsk (derrota dos portugueses por 2-1). Esta Quarta-Feira quebrei todos os tabus e sentei-me no presidencial da Luz, a convite do amigo Nuno Gaioso Ribeiro, para assistir à segunda mão dos Quartos de Final da Liga dos Campeões entre o Benfica e o Bayern de Munique (empate a dois golos e apuramento dos alemães por via da sua anterior vitória em casa por 1-0). Num e noutro caso, o espetáculo desportivo a funcionar também como um bom pretexto para rever alguns amigos e reatar contactos adormecidos e, diga-se, em agradáveis e bem mais abertos e cosmopolitas ambientes do que o que me habituei a encontrar no meu estádio de referência. Em termos de jogo jogado, os bracarenses (liderados por um excelente Luíz Carlos) não me pareceram nada inferiores ao adversário mas acabaram sobretudo por claudicar pela ingenuidade de que deram mostras perante uma equipa experiente e manhosa; já os benfiquistas, embora evidenciando muito querer e uma forte personalidade, não conseguiram mais do que disfarçar a gigantesca diferença (de orçamentos mas também técnico-tática) que objetivamente os separa dos bávaros e do impressionante tricot (ilustrável pelos seus 68% de posse de bola) dos comandados de Guardiola (Vidal e Müller, Douglas Costa e Ribéry, Thiago Alcântara e Xabi Alonso, Lahm e Alaba, Javi Martínez e Kimmich, além de um Neuer que também joga bem com os pés).


Entretanto, e ainda nesta última competição, o golpe de teatro aconteceu a dois tempos: primeiro, foi o Real Madrid (ou devo dizer Cristiano Ronaldo?) a ultrapassar os alemães daquela cidadezinha a que os catalães tinham pretendido dar notoriedade na semana de trás; depois, foi o próprio símbolo catalão e detentor do troféu (o Barcelona de Messi, Neymar e Suárez) a cair diante dos bem mais modestos colchoneros de Madrid (2-0 e apenas 29% de posse de bola), um puro coletivo orientado por esse fenómeno que é Diego Simeone. É ou não é verdade que quem ri no fim é quem ri melhor?

(Iñaki Urdangarin, http://elpais.com)

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