A notícia era previsível por diversas ordens de razões, sinal de tempos pouco edificantes também. Mas saltou ontem para a primeira página do “Diário de Notícias” e assim se vai tornando Edite Estrela uma probabilidade muito forte como a escolha para presidir ao Parlamento em caso de vitória do Partido Socialista.
Juro que sem qualquer nível de atrito pessoal com a personagem em causa me limito enquanto cidadão a observar o declive de substância em que António Costa continua a envolver o seu partido, um partido que já teve como seus representantes máximos na Assembleia da República (por ordem cronológica inversa) Eduardo Ferro Rodrigues, Jaime Gama, António de Almeida Santos, Manuel Tito de Morais, Teófilo Carvalho dos Santos, Vasco da Gama Fernandes e Henrique de Barros. Dir-se-á que chegou a vez do “feminino”, mas tal não deve ser critério único nem dominante; nem esse nem alguns serviços mínimos que terão sido prestados ao longo de uma militância sempre controversa.
Em suma: certamente que esta opção (a concretizar-se) não será por si só uma causa para não votar PS, mas lá que é significativa de prioridades altamente questionáveis (nesta matéria como em várias outras e exatamente quando seria recomendável que Costa procurasse contrariar o cansaço que os eleitores vão sentindo relativamente a ele com alguns golpes de asa bem inteligíveis em termos programáticos e de escolta) e, assim, de um modo de estar arrogantemente otimista que objetivamente se traduz numa atitude roufenha, displicente e pusilânime...
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