O nosso honoris causa El Roto brinda-nos hoje com mais uma das suas deliciosas vinhetas (que por vezes também são cáusticas e até incómodas), operando um mix brilhante de algumas componentes centrais dos tempos que atravessamos: a extrema mediatização da sociedade e a hipersimplificação temática que dela é dominantemente feita, por um lado, e a crescente diversidade das escolhas individuais de vida e os seus reflexos em termos de durabilidade das relações afetivas, por outro. Tudo isto a ponto de até os casais santificados se irem separando...
Outro sinal mais conjuntural dos tempos provém da pandemia e das várias maldades que vão sendo provenientes das suas variantes. Neste Natal, a vacinação e a testagem redobram de intensidade e as filas que vamos vendo espalhadas pelas nossas cidades são disso testemunho claro. A ponto de até já não existirem vagas nos centros dedicados para os casos indiscutivelmente urgentes, como são os do casal que trouxe ao mundo o Menino Jesus, o protagonista simbólico das celebrações de hoje.
E já que estamos capturados pelas agruras do coronavírus, talvez ainda valha a pena que regressemos a El Roto para recordar que “o medo é um microscópio que agiganta tudo”. E que a resistência, cautelosa mas confiante, merece uma oportunidade. Que assim seja, mesmo com falhas, para todos os que aqui nos acompanham na noite de hoje e no dia de amanhã. Bom Natal!
Sem comentários:
Enviar um comentário