(Isto do Omícron está preto, a geometria variável das amizades e dos encontros para despachar 2021 e abrir a porta a 2022 está cada vez mais complicada, com os relatos de infeções e quarentenas indiretas em gente próxima a sucederem-se a um ritmo significativo e, por isso, o mais provável é festejar em casa com a Companheira e uma taça de espumante, acho que champagne não existe em stock, a marcar o ambiente. Inevitavelmente que recordações de outros tempos tendem a irromper e nesse quadro Times Square em Nova Iorque está à frente de todas…)
Uma imagem retro do New York Times é um bom pretexto para recordar a passagem de 1998 para 1999.
O hotel era muito próximo da Times Square, quase que da janela se podia ver a luminosidade da praça, mas um frio de rachar levou-nos a atrasar a hora de saída para a praça. Resultado prático, quando o fizemos vários e sucessivos quarteirões estavam já bloqueados pelos que se apressaram a ocupar os espaços de proximidade. Quando encontramos um quarteirão livre, estaríamos já provavelmente mais próximos do Central Park do que da Times Square ou talvez a meio caminho.
Por isso, embora desse para ao longe apreender a descida majestosa da imponente bola, pode dizer-se que a sua descida para as badaladas que anunciam a junção do fim e do princípio do ano equivaleu a uma semifrustração. Valeu que a multidão era tanta e entusiasta, à altura era já evidente a segurança policial mas estávamos ainda longe da ameaça islâmica, que a semifrustração foi rapidamente engolida pelo irresistível contágio da celebração.
Mas é um momento efémero como muitos outros. Pouco tempo depois, a maior parte dos quarteirões mais longínquos à Praça esvaziou-se numa operação de logística de segurança verdadeiramente notável, restando a animação nos espaços mais próximos do néon inconfundível da Times.
Imagino que por questões de segurança pandémica, a descida da bola não será hoje tão imponente como é usual e nem sei se as festividades serão permitidas, acho que não.
Ficam as recordações.
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