PORTUGAL RENDIDO AO MODERNO NAVEGADOR HENRIQUE!

Não falhei na minha previsão de 19 de dezembro em que vaticinava que a pequenez nacional iria guindar o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo (HGM) a um lugar de quase herói. Somos assim e não há muito a fazer para o evitar: tanto louvamos o bestial como pouco depois o apontamos a besta, sempre sem grandes razões que não sejam a nossa endémica insegurança e a volatilidade que dela decorre, tudo num caldo em que a falta de critério e de rigor levam a melhor sobre qualquer esforço de pensar e avaliar maduramente. O caso de HGM, um homem que executou bem o plano de vacinação e ponto final, ainda agora começou mas já fede!

 

Por culpa da preguiça jornalística, do aproveitamento governamental e do acovardamento presidencial, o herói HGM tomou hoje posse enquanto Chefe do Estado-Maior da Armada, substituindo o Almirante António Mendes Calado, injustamente demitido “por indecente e má figura” e cinicamente condecorado pelo PR. Sobre as perspetivas pessoais de HGM para o seu novo posto, falou ele abundantemente ao “Expresso” ― como também o fez sobre as suas potenciais incursões cívico-políticas, presidenciais até, para que antes se dissera sem vocação ― e a infografia abaixo regista, para memória futura, as essenciais, bem evidenciadoras de uma elevada conceção de si próprio, de um autoritarismo indisfarçado e de quanta tralha não terá acontecido para chegar até aqui. Como ontem avisaram Lobo Xavier e Pacheco Pereira no novo “O Princípio da Incerteza” (CNN Portugal), este homem não é quem se pinta e vai trazer muitos problemas nos próximos tempos.