Os nossos leitores já devem ter reparado quão enorme é a admiração que tenho pelos cartunistas que diariamente, ou quase, nos presenteiam com a sua capacidade inventiva e habilidade de execução, fazendo frequentemente jus à velha ideia de que mais vale uma boa imagem do que mil palavras. Hoje, a poucos dias de se iniciar a campanha eleitoral mas já com muitos debates bilaterais acontecidos, pareceu-me justificável e até avisado utilizar imagens vindas de outras paragens mas aflorando claramente realidades não particularmente distintas da nossa ― os artistas são Caín e El Roto, velhos conhecidos deste espaço ― para aqui glosar algumas matérias que veem à cabeça de muitos de nós de cada vez que nos deparamos com as incidências do nosso espaço público e do processo eleitoral em curso.
Com Caín somos remetidos para o “centro” político que Rui Rio trouxe com estrondo para o centro das atenções e para os jovens que, na sua diversidade cada vez mais indiferenciada, surgem como as maiores vítimas de uma política que não trabalha o futuro. Com El Roto temos a cansativa e desgastada dialética esquerda-direita confrontada com a possibilidade de se olhar menos para os lados e mais para cima e pomos a nu a real ameaça de uma extrema-direita em pleno ganho de causa junto dos eleitores (mais ou menos envergonhadamente disfarçados). Talvez nada de muito novo mas talvez também alguma food for thought para um fim de semana que nos ajudará a preparar as meninges para dias emocionantes de debates quiçá decisivos, como o de Costa versus Rio na Quinta-Feira.
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