terça-feira, 18 de janeiro de 2022

QUATRO DE MUITOS TÓPICOS EUROPEUS NA BERLINDA

A União Europeia é o que é e não é realista que seja algo de diferente daquilo que é. Convenhamos também que não é fácil que as coisas possam ser diferentes quando se juntam 27 figurões a uma mesa, cada um deles representando um conjunto muito variado de interesses nacionais, e sendo todos sabedores da respetiva sujeição (nuns casos mais do que noutros, é certo!) a uma pesada e dificilmente contornável burocracia de altos funcionários experientes e primordialmente guiados por agendas próprias ou por agendas alheias que assumem; com a agravante de tal estar hoje a acontecer num mundo globalizado e cheio de alçapões impostos por uma manifesta ausência de ordem internacional, para além de fortemente comandado por lógicas ainda mal dominadas de rápidas e perversas redes sociais e similares.

 

Neste enquadramento, resolvo fazer apelo a quatro tópicos que hoje me caíram na secretária por via da útil newsletter diária da “Euractiv”: a perceção de que a revisão das regras do Pacto de Estabilidade não vai ser tarefa fácil nem resultar em algo de positivo, apesar das afirmações críticas em relação aos indicadores que têm prevalecido por parte do atual presidente francês do Eurogrupo; o surgimento de uma estranha representante do PPE à cabeça do Parlamento Europeu, uma senhora maltesa ultraconservadora (Roberta Metsola) em domínios de práticas e costumes que já não se compadecem com a visão inconcebivelmente antiquada que ostenta; o persistente problema da Polónia, agora desdobrado em multas que lhe são aplicadas por razões carboníferas e de continuada recusa de aceitação de uma decente rule of law e em protelamentos dos pagamentos devidos em matéria de fundos estruturais (PRR e QFP 2021/27); a perigosa questão ucraniana, onde a dimensão anã da política externa europeia tem vindo a ser novamente evidenciada e onde os impactos de perigosidade já se vão pressentindo em zonas vizinhas (como se verifica com a Finlândia e o desenvolvimento dos seus projetos nucleares). Vêm aí novos tempos difíceis... 




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