O falecimento de Francisco Gento não constitui um facto imprevisto, atendendo à sua já provecta idade (88 anos). Mas merece um destaque especial, como ocorre hoje em praticamente todos os jornais do país vizinho, no plano de uma homenagem a alguém que atingiu saliente notoriedade enquanto futebolista ao serviço do Real Madrid (vindo da equipa da sua terra natal, Santander) e foi parte relevante da conquista de seis Taças dos Campeões Europeus (as históricas cinco seguidas e uma outra já na década de 60 e contando com uma larga renovação de protagonistas, como era então o caso de Amancio e Grosso) e doze títulos nacionais.
E merece-a também, no que muito pessoalmente me toca, por ele ter sido parte integrante da primeira linha avançada que eu soube citar de forma estruturada (Canario, Del Sol, Puskas, Gento e Di Stéfano) aquando da quinta taça europeia dos madrilistas em 1960, no Hampden Park de Glasgow, frente ao Eintracht de Frankfurt e pelo hoje impensável resultado de 7-3 (com um póquer de Puskas e um hat-trick de Di Stéfano). Por ser demasiado jovem, recordo mal os detalhes da capacidade de execução e do contributo de Gento para um coletivo em que pontuavam aquelas vedetas determinantes (Puskas e Di Stéfano) na linha avançada e um categorizado Santamaría no reduto defesivo; não obstante, recordo bem a entusiasmada insistência no seu nome por alguns adultos junto de quem pude assistir, em direto ou em diferido, a grandes jogos em que participou. Mais um desportista marcante e que aponta à eternidade!
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