Repito-me no que toca às diatribes de BoJo porque ele surge cada vez mais desacreditado perante a opinião pública britânica e cada vez mais isolado no seio do seu implacável Partido Conservador. A ponto de já se lhe apontar seguidor, no caso uma seguidora a quem alguns atribuem (talvez precipitadamente) semelhanças potenciais com a “saudosa” Mrs. Thatcher. Trata-se de Elisabeth Truss, a ministra dos Foreign Affairs em exercício desde setembro passado que vai fazendo gala de exibir má cara e mostrar os dentes à União Europeia, ultimamente ameaçando acionar o artigo 16 do protocolo relativo à Irlanda do Norte (que permite a adoção de medidas unilaterais de salvaguarda se qualquer das partes concluir que estão a ser causados problemas sérios ou desvios de comércio) no quadro do que foi negociado aquando do Brexit.
Continua a ser cedo para um balanço definitivo sobre o que aqui fomos denunciando como um desastre para o Reino Unido decorrente da sua saída precipitada e desordenada da União Europeia. Mas já vai sendo claro que o artífice principal do golpe derradeiro que conduziu a tão infeliz e inconsequente resultado irá pagar politicamente, mais tarde ou mais cedo (quem sabe se à boleia de um possível desastre das eleições locais deste ano de 2022?), pelo modo canhestro como colocou a sua desmesurada ambição (e a sua crença nos favorecimentos de contrapartida que o beneficiariam devido a uma amizade subserviente face aos EUA de Trump) à frente de uma análise concreta da situação concreta daquilo que de muito negativo o seu país expectavelmente enfrentava no médio/longo prazo. Chegará Boris Johnson a elaborar uma lista de New Year resolutions para 2023?
Sem comentários:
Enviar um comentário