O António Figueiredo já aqui competentemente abordou/denunciou, em dois posts, a entrevista do nosso “ministro-sombra” ou “12º ministro” ao “Diário Económico” de ontem. Mas não resisti a voltar a lê-la e, mesmo sabendo que bastante é bastante, quero crer que ainda terá ficado qualquer coisinha por acrescentar ao assunto em apreço. Falo – e a ordem é arbitrária – de conhecimento, objetividade e informação.
Cito, apenas juntando os devidos pontos de exclamação:
·
“Mas
aquilo que se fez em Portugal nos últimos anos, foi um crescimento
completamente disparatado dos salários, que não podíamos pagar e agora temos a
necessária correcção.”!
·
“É
evidente que está [Passos a conseguir emagrecer o Estado gordo], porque a
dívida pública está a baixar em relação ao PIB, coisa que não acontecia há anos.”!
·
“Assim
como nós estamos a privatizar a um ritmo rápido e interessante e com bons
resultados, eles [a Grécia] podiam ter feito o mesmo, mas numa escala dez vezes
maior do que a nossa. Não privatizaram nada. Zero.”!
·
“Espanha
tem vendido muito mal a sua situação aos mercados, tem feito erros sérios de
comunicação, porque a situação é muito mais tranquila do que parece.”!
Talvez influenciado pelo excelente marketing que soube fazer sobre
a sua passagem pelo INSEAD, sempre fui desconsiderando as “gaffes” e
megalomanias do personagem – da sua passagem turbulenta pela governação do
Banco de Portugal nos tempos do cavaquismo às suas incursões políticas tipo “toca
e foge” mas insufladas de grandiosidade (quem não se lembra do “choque fiscal”
ou da candidatura à liderança do PSD?). E também não tinha levado muito a sério
as recentes declarações de Marc Roche (jornalista financeiro e correspondente
do “Le Monde” em Londres) à TSF (http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2556572)
– “I have questioned at the IMF, they told me that he was not good at his job
at the IMF”. Começo a sentir-me levado a admitir que às tantas o problema não está
só na existência de conflitos de interesses…
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