terça-feira, 5 de junho de 2012

DUAS “COLOCAÇÕES” MARCELISTAS

O Professor chegou de São Paulo e do Recife cansado mas em boa forma. E deixou duas interessantes “colocações” (como se diz no país irmão) quanto às duas grandes “bêtes noires” do atual regime, Borges e Relvas.

1.       “Eu acho que ele disse que é preciso haver moderação nos salários, mas se disse realmente – salvo erro ao Jornal de Negócios [N.A.: foi ao Diário Económico] – que deviam diminuir os salários e que era uma urgência, era imperioso, era inevitável, é evidente – honesto como é – ele é o primeiro a dar o exemplo baixando os seus salários. Quer dizer, não tenho a mínima das dúvidas que na posição de responsabilidade em que se encontra, se defendeu isso, consequentemente, será o primeiro a dar o exemplo.”


2.        “Perante um número dois descredibilizado, é evidente que isto significa que é uma canga nos ombros do primeiro-ministro. (…) Ele, agora, o que disser, as pessoas dizem: ‘isto é a última versão dele ou daqui a oito dias é outra, daqui a quinze dias é outra?’ (…) O primeiro-ministro já disse que não o tira. Em rigor devia ser o próprio Miguel Relvas a tomar a iniciativa de dizer ‘olhe, saio eu’. Mas como Miguel Relvas acha que, de certeza absoluta, vai sair mais forte e que isto são coisas menores que resvalam na couraça da sua indiferença (…) Eu acho que não é um estado de semimorto, quer dizer, está descredibilizado, eu acho que é pior do que semimorto. Porque semimorto era apenas o estar muito desgastado, estar descredibilizado é um peso nas costas do primeiro-ministro. O primeiro-ministro quer assumi-lo, está no seu direito (…)”.

Em síntese final:
“Eu agora já não vejo o que dizer mais.
Eu acho que ele devia sair pelo seu pé.
Não sai pelo seu pé.
O primeiro-ministro não o tira.
Lá ficará.
Veremos as consequências…”

Foi a 3 de junho na TVI. Ficará agora sob escrutínio público a responsabilidade/iniciativa de cada um dos visados, enquanto o tempo irá também permitir a avaliação da respetiva capacidade de adormecimento/resistência à erosão. Aceitam-se apostas…

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