(Com a devida vénia ao Odisseias Fantásticas)
O título não é meu, mas do El País de hoje. Ray Bradbury
faleceu ontem na Califórnia aos 91 anos e com esse desaparecimento Marte estará
certamente de luto.
Mas no meu caso é sobretudo uma oportunidade para viajar
na memória do tempo. As leituras de Bradbury fazem parte da iniciação à leitura
de uma coleção de ficção científica (Argonauta, talvez) que existia nas
estantes do meu pai e que uma mudança de casa, ou simplesmente arrumação,
algures no tempo atirou não sei bem para onde, talvez para a destruição. Não se
tratou certamente de nenhum ritual inspirado na fobia de Pepe Carballo (Manuel
Vásquez Montalbán) de queimar livros, ou simplesmente uma qualquer alegoria ao
Farenheit 451 (Bradbury -Truffaut) com bombeiros persistentes na busca de
livros para a fogueira, protegidos por leitores heroicos.
As Crónicas Marcianas (1950) estão assim
indissoluvelmente ligadas à minha iniciação na ficção científica e a um
contacto com um escritor que só muito
mais tarde nos apercebemos da sua importância.
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