quinta-feira, 7 de junho de 2012

MARTE ESTÁ DE LUTO

(Com a devida vénia ao Odisseias Fantásticas)

O título não é meu, mas do El País de hoje. Ray Bradbury faleceu ontem na Califórnia aos 91 anos e com esse desaparecimento Marte estará certamente de luto.
Mas no meu caso é sobretudo uma oportunidade para viajar na memória do tempo. As leituras de Bradbury fazem parte da iniciação à leitura de uma coleção de ficção científica (Argonauta, talvez) que existia nas estantes do meu pai e que uma mudança de casa, ou simplesmente arrumação, algures no tempo atirou não sei bem para onde, talvez para a destruição. Não se tratou certamente de nenhum ritual inspirado na fobia de Pepe Carballo (Manuel Vásquez Montalbán) de queimar livros, ou simplesmente uma qualquer alegoria ao Farenheit 451 (Bradbury -Truffaut) com bombeiros persistentes na busca de livros para a fogueira, protegidos por leitores heroicos.
As Crónicas Marcianas (1950) estão assim indissoluvelmente ligadas à minha iniciação na ficção científica e a um contacto com um escritor que só muito  mais tarde nos apercebemos da sua importância.

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