O gráfico acima (obtido via The Guardian) evidencia bem a
perturbação que grassa na economia britânica sobre o estado da economia que
acaba de ver declarado o terceiro trimestre de queda do produto, acontecendo
hoje que com o consulado conservador de Cameron (1ºMinistro) e de Osborne
(Chancellor) o Reino Unido mergulha na sua recessão mais prolongada desde os tempos da Grande Depressão.
Tudo isto com moeda própria, uma das praças financeiras
mais importantes do mundo (ainda que abalada pelos desvarios bancários e
financeiros), custos de financiamento da dívida baixíssimos e sobretudo uma
teimosia doutrinária de alto calibre de não pegar a recessão pelos cornos. O “quantitative easing” monetário que o
governo de Cameron e Osborne tem ensaiado tem ficado pela banca e não chega à
economia real.
Ao contrário das insistentes críticas do FMI e de
comentadores relevantes como Martin Wolf, o governo conservador tem-se recusado
a combinar o referido “quantitative
easing” com um programa estruturado de investimentos públicos e o resultado
dessa teimosia está bem à vista. Contraditoriamente com essa teimosia, espera o
Governo que o surto dos Jogos Olímpicos possa interromper o ciclo de 3
trimestres de queda do produto (ver gráfico abaixo). Afinal em que ficamos? Os
investimentos públicos são um instrumento ou não são?
O exemplo britânico evidencia bem que os problemas estão
para além da instabilidade e desorientação da abordagem à crise da zona euro. Existem
também numa economia que se esforça por se manter à margem do contágio do euro.
Só que os britânicos partilham a miopia de não quererem entender o que é que a grande recessão da economia mundial significa.
Imaginem o trabalho de jornalismo, de conferências, de
tertúlia e de sensibilização diplomática que Keynes teria à sua frente para
combater esta pose conservadora.
Os LIB DEM perdem neste contexto uma grande oportunidade
de se demarcarem desta miopia.
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