Via Gail Tverberg, uma cronista que tem escrito
recentemente sobre os limites do crescimento económico, sobretudo do ponto de
vista das suas relações com a produção de petróleo, chegam-nos alguns gráficos
que sugerem que o baixo crescimento económico não é apenas um problema europeu. Neles são apresentadas as taxas médias de crescimento para períodos determinados.
Estados Unidos da América, Euro 27 e o restante e heterogéneo
grupo de países partilham, embora em ritmos diferenciados, um problema de declínio
de ritmos de crescimento económico. Não vou entrar aqui na discussão em torno
da causalidade da relação entre ritmos de crescimento económico e crescimento
da produção de petróleo, bem mais complexa do que aparenta.
Invoco esta evidência apenas para salientar de novo que o
debate mundial sobre a questão do crescimento económico, mais ou menos retórico
seja o tom desse debate, tem permanecido ao lado do que penso dever ser um
elemento fundamental da situação atual – uma reflexão em termos de ciclo longo.
Uma discussão mais aprofundada deve ser suscitada a
partir das evidências de que a economia mundial estará num movimento de fase
descendente de ciclo longo. A história económica do tempo longo mostra-nos que
nestes períodos se confrontam situações de novos paradigmas económicos
emergentes e de agonia do paradigma anterior. O que poderá significar que a
crise internacional de que o mundo tarda em recuperar pode representar
precisamente uma sempre indefinida transição de paradigmas.
Muito estranho que economistas como Francisco Louçã, com
obra e investigação muito credível sobre estas matérias, não tenham ainda
produzido qualquer ideia sobre o assunto. O homem está a precisar urgente de
parar politicamente para refrescar ideias na academia.
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