quinta-feira, 12 de julho de 2012

DOIS JOSÉS NA CATÓLICA



Como já vai sendo hábito, por esta altura do ano, voltei ontem a ter o privilégio de ser convidado pelos organizadores e meus amigos Alberto Castro e Álvaro Nascimento a assistir a mais uma sessão da Tertúlia da Católica Porto Business School, dinamizada por José Manuel Félix Ribeiro (JMFR) e José Fernando Pinto dos Santos (JFPS) e desta vez tendo por tema os mares, os países e as empresas. Um “olhando o futuro da economia mundial a partir dos oceanos” e procurando retirar algumas implicações para Portugal, o outro desfiando em torno do “desenvolvimento da economia e das empresas brasileiras” e também procurando situá-lo face à nossa limitada realidade lusitana – uma notável convergência que, já o sabíamos, tem menos a ver com o assunto em si proclamado do que com a mera existência de um pretexto para os juntar e “pôr a falar”.

Duas horas de puro prazer intelectual sob o estímulo de duas personagens tão diversas no modo de ser e estar quanto iguais na sua fina inteligência, na sua imensa informação, na sua permanente desinquietação, no seu brilho expositivo. Impossível dar aqui conta da autêntica enxurrada de ideias e dados estimulantes que circularam em cada segundo daquele tempo de um jogo de futebol com prolongamento, entre a experiência e o conhecimento empresarial concreto de JFPS e o polifórmico saber e a genialidade de JMFR – os continentes como espaços onde se organiza a regionalização da economia mundial e os oceanos como espaços onde se organiza a globalização, Schröder e Merkel face a Rússia e Polónia, o controlo dos “fluidos estratégicos” (mar, espaço aéreo, espaço exterior, ciberespaço) como essencial para controlar o mundo, o Ártico, a emergência/afirmação do Atlântico Sul e do Índico, um dia na vida de Merkel, a irritante China, os incidentes e vícios da construção europeia em geral e da “moeda única” em particular, a Europa como “coisa que não existe”, os Estados Unidos como “império tributário”, o “espirito das Lages” ou a centralidade de tentarmos “perceber o que os alemães podem querer”.

Obrigado a todos!

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