A publicação pelo INE espanhol dos resultados do inquérito
à população ativa relativo ao segundo trimestre do presente ano de 2010
confirma a intensa pressão sobre o mercado de trabalho que o “lio” da economia
espanhola está a provocar.
A taxa de desemprego atinge o valor de 24,63%, rondando
assim o espantoso número de 1 em 4 ativos se encontrar desempregado.
A dimensão demográfica da sociedade espanhola amplia este
descalabro e há um número que o espelha bem: 1737600 indivíduos inserem-se em
famílias em que todos os seus membros estão em situação de desempregados.
A taxa de desemprego apresenta uma forte variação
regional, bem demonstrada no valor mais baixo do País Basco (14,56%) e a
Andaluzia (33,92%), dizendo este número muito da ampla desocupação que o sul de
Espanha apresenta. A Galiza e a Catalunha apresentam taxas de desemprego,
respetivamente, de 21% e 22%.
Até muito recentemente a economia espanhola foi conhecida
pela sua elevada tolerância ao desemprego. Mas, com o que se antevê no projeto
do PP em matéria de escolhas públicas para os cortes orçamentais impostos pelo
resgate que não é resgate, mas que se apresenta como tal, quer o governo o
assuma ou não, essa tolerância começará a baixar, agitando a sociedade
espanhola.
As palavras de Draghi sobre a defesa da irreversibilidade
do euro amainaram a pressão das taxas de juro sobre a economia espanhola. Mas é
simplesmente um round mais. O Banco
Central alemão já se encarregou de aquecer de novo o ambiente, clamando que os
estatutos do BCE não permitem a ajuda direta aos países.
O que espanta em tudo isto é que parece que ninguém tenta
compreender o que significa uma sociedade em que 1 em 4 dos seus ativos está
desempregado.
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