Gente próxima
e amiga alerta-me para um assunto que foi capa do “Financial Times” de há dois
dias mas a que por cá não vi ter sido dada grande atenção: o facto de a
formalização do acordo sobre o plano de resgate bancário espanhol poder vir a
provocar perdas muito significativas a inúmeros pequenos aforradores.
Com efeito, as
condições que as autoridades europeias colocaram em cima da mesa às autoridades
espanholas referem explicitamente que “os bancos e os seus acionistas assumirão
perdas antes da concessão das medidas de ajuda estatal e deverão assegurar a máxima
absorção possível de perdas associadas a ações ou a instrumentos de capitalização
hibrida”. Ora, os bancos espanhois possuem 67 mil milhões de euros de dívida subordinada
e híbrida, sendo que a maior parte da mesma terá sido vendida a investidores de
retalho como produtos de poupança. Com a enorme agravante de que “as pessoas que os
compraram [àqueles instrumentos] podem não ter conhecido exatamente em que
estavam a investir”.
Uma
bomba-relógio em risco de explosão e, também, mais base moral e novas razões de
arrependimento, meu caro António Figueiredo!
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