Ainda acerca do novo caso Miguel Relvas, não escondo que fiquei genuinamente curioso sobre a universidade, a licenciatura e o curriculum do aluno. E fui procurar saber um pouco mais sobre a concatenação de fundamentos.
Uma das principais conclusões que retive foi a de que os 7 “cargos privados” ocupados – e que cargos! – garantiram uma equivalência a 11 cadeiras/créditos, não sendo explícito o que deu exatamente equivalência a quê. Formulo uma mera hipótese:
- ser consultor de uma sociedade de advogados (Barrocas, Sarmento e Neves, SA) poderá ter assegurado uma óbvia dispensa a História Económica e Social;
- ser consultor de uma empresa de inspecção, verificação, análise e certificação (Société Générale de Surveillance) poderá ter permitido conhecimentos suficientes de História das Ideias e Teorias Políticas II;
- ser consultor de uma empresa de mediação imobiliária (Roof) poderá ter substituído com naturalidade a disciplina de Introdução à Economia e ao Desenvolvimento Sustentado;
- ser administrador de uma empresa de consultoria relacionada com infra-estruturas, urbanismo e ambiente (Prointec) poderá ter sido considerado bastante para uma aprovação em Etologia e Antropossociobiologia e em Psicologia Social e das Organizações;
- ser vice-presidente e membro do conselho geral do Instituto Progresso e Social-Democracia, diretor da revista “Templários – Turismo” e aluno inscrito em licenciaturas da Universidade Livre e da Universidade Lusíada (a chamada experiência de corredor) poderão ter dado lugar a evitar a realização de seis cadeiras de opção, presume-se que duas por cada cargo;
- o todo, espesso e coerente como é, poderá ter valido pelo seminário/estágio que consta do plano de estudos.
Outra interessante conclusão que obtive foi a de que
os chamados “cargos políticos” também dão direito a qualquer coisinha em termos
académicos. Dando, naturalmente, os passos certos – JSD (Secretário-Geral e
Comissão Política Nacional), PSD-Tomar (Presidente da Mesa da Assembleia de
Secção), PSD-Santarém (Comissão Política Distrital e Presidente da Assembleia
Distrital) e PSD (Comissão Política Nacional e Secretário-Geral) – poder-se-ão
conseguir as devidas competências em quatro áreas: Semiótica, Sociomédia e Marketing Político, Classes Sociais, Elites e Lobbies, Partidos Políticos e Sistemas Eleitorais II e Política, Ética e Vida Quotidiana.
Percebi, por fim,
que a terceira dimensão relevante são os “cargos públicos” desempenhados pelo
candidato, com destaque para as funções de deputado e respetivas adjacências e
de secretário de Estado da Administração Local, passando por Presidente da Mesa
da Comunidade Urbana do Médio Tejo. Nada menos do que 16 das 36 cadeiras (44,4%)
são muito justamente passíveis de ser obtidas por esta via - e o homem ainda não tinha sido ministro...
Fixem-se, pois, os nomes das atrás referidas empresas
e organizações – elas podem ser de enorme valia para se estruturar um bom e
eficaz processo de qualificação na Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias!
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