sexta-feira, 13 de julho de 2012

A FISSURA

(Germany 10 year yields)

Os dois gráficos (com a qualidade a que o Business Insider nos habituou) que abrem este post simbolizam a fissura, a profunda fenda que os mercados estão a operar em relação à zona euro.
As taxas mais recentes a que a Alemanha (1,31%) e a Espanha (em torno dos 7%) se financiaram nos mercados a 10 anos traduzem um fosso de consequências profundas para a adiada estabilidade da zona euro.
E o pior é que esse “divide” tem vindo a alinhar um conjunto de países (Alemanha, França, Holanda, Áustria e Finlândia) versus o grupo dos intervencionados ou em vias de o ser (Irlanda, Espanha, Itália, Portugal e Grécia). Isso acontece não apenas nos títulos a 10 anos, mas em todas as maturidades, a partir das maturidades mais baixas. Se a taxa a 10 anos é incrivelmente baixa nos títulos alemães (1,31%), não admirará que nas maturidades mais curtas o experimentalismo monetário continue, podendo esses países financiar-se a taxas negativas.
Não admira ainda que face a esta rocambolesca situação e às perspetivas de inação e diferimento que têm caracterizado as decisões no interior da zona euro, haja evidências que as últimas informações provenientes do BCE têm vindo a ilustrar de que os investidores começam a demandar outras paragens e a abandonar a zona euro.
O absurdo de tudo isto é que não há evidências seguras de que a disciplina de austeridade imposta pelo pacto fiscal alemão inverta esta situação. O tão propagado argumento da confiança dos mercados tem que se lhe diga, sendo antes a instabilidade e a indeterminação provocadas pela indeterminação e diferimento de decisões a gerar a anunciada desconfiança.
Entretanto, com financiamentos a 10 anos na escala do 1%, apetece perguntar o que será mais necessário para esses países assumirem o estatuto de impulsores de algum crescimento?

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