(Germany 10 year yields)
Os dois gráficos (com a qualidade a que o Business
Insider nos habituou) que abrem este post simbolizam a fissura, a profunda
fenda que os mercados estão a operar em relação à zona euro.
As taxas mais recentes a que a Alemanha (1,31%) e a Espanha
(em torno dos 7%) se financiaram nos mercados a 10 anos traduzem um fosso de
consequências profundas para a adiada estabilidade da zona euro.
E o pior é que esse “divide” tem vindo a alinhar um
conjunto de países (Alemanha, França, Holanda, Áustria e Finlândia) versus o grupo
dos intervencionados ou em vias de o ser (Irlanda, Espanha, Itália, Portugal e
Grécia). Isso acontece não apenas nos títulos a 10 anos, mas em todas as
maturidades, a partir das maturidades mais baixas. Se a taxa a 10 anos é incrivelmente
baixa nos títulos alemães (1,31%), não admirará que nas maturidades mais curtas
o experimentalismo monetário continue, podendo esses países financiar-se a
taxas negativas.
Não admira ainda que face a esta rocambolesca situação e às
perspetivas de inação e diferimento que têm caracterizado as decisões no
interior da zona euro, haja evidências que as últimas informações provenientes do
BCE têm vindo a ilustrar de que os investidores começam a demandar outras
paragens e a abandonar a zona euro.
O absurdo de tudo isto é que não há evidências seguras de
que a disciplina de austeridade imposta pelo pacto fiscal alemão inverta esta
situação. O tão propagado argumento da confiança dos mercados tem que se lhe
diga, sendo antes a instabilidade e a indeterminação provocadas pela
indeterminação e diferimento de decisões a gerar a anunciada desconfiança.
Entretanto, com financiamentos a 10 anos na escala do 1%,
apetece perguntar o que será mais necessário para esses países assumirem o estatuto
de impulsores de algum crescimento?
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