domingo, 15 de julho de 2012

“QUE SE JODAN”


Por mais estranho que vos possa parecer o tema de momento na opinião pública da política espanhola não é apenas as consequências do plano de ajustes e cortes de 65 mil milhões de euros para dois anos na sociedade espanhola.
O tema mais debatido é a expressão “que se jodan” de autoria da deputada do PP Andrea Fabra, filha de um histórico do PP, o presidente em Castellón Carlos Fabra.
A expressão foi proferida (inequivocamente) no Congresso dos Deputados quando o primeiro-ministro Rajoy anunciava o corte nos subsídios de desemprego para estimular a procura de emprego.
O impacto desta declaração foi tido em conta na conferência de imprensa do dia seguinte, em que a vice-primeira ministra Soraya Saenz Santamaría, com um ar grave e muito contido, procurou com a melhor das intenções dar conta que o governo espanhol está consciente das dificuldades que o programa vai provocar à maioria dos trabalhadores e desempregados.
A desculpa para o incidente foi procurada através de um fait-divers: afinal, a deputada Fabra estaria a insurgir-se não contra os trabalhadores desempregados mas contra os deputados do PSOE que na altura estavam a protestar contra o discurso de Rajoy pelas suas decisões, interrompendo-o e não com propriamente mimos de expressão.
Não é propriamente uma explicação convincente. Até porque do ideário do PP poderia perfeitamente resultar um comportamento compatível com a referida expressão.

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