Por mais estranho que vos possa parecer o tema de momento
na opinião pública da política espanhola não é apenas as consequências do plano
de ajustes e cortes de 65 mil milhões de euros para dois anos na sociedade
espanhola.
O tema mais debatido é a expressão “que se jodan” de
autoria da deputada do PP Andrea Fabra, filha de um histórico do PP, o
presidente em Castellón Carlos Fabra.
A expressão foi proferida (inequivocamente) no Congresso
dos Deputados quando o primeiro-ministro Rajoy anunciava o corte nos subsídios
de desemprego para estimular a procura de emprego.
O impacto desta declaração foi tido em conta na conferência
de imprensa do dia seguinte, em que a vice-primeira ministra Soraya Saenz Santamaría,
com um ar grave e muito contido, procurou com a melhor das intenções dar conta
que o governo espanhol está consciente das dificuldades que o programa vai
provocar à maioria dos trabalhadores e desempregados.
A desculpa para o incidente foi procurada através de um fait-divers: afinal, a deputada Fabra
estaria a insurgir-se não contra os trabalhadores desempregados mas contra os
deputados do PSOE que na altura estavam a protestar contra o discurso de Rajoy
pelas suas decisões, interrompendo-o e não com propriamente mimos de expressão.
Não é propriamente uma explicação convincente. Até porque
do ideário do PP poderia perfeitamente resultar um comportamento compatível com a referida expressão.
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