O Presidente do Conselho Económico e Social, Dr. José
Albino da Silva Peneda, é meu conterrâneo, colega de escola primária, na
Universidade e na prática desportiva (voleibol) e amigo por isso de longa data.
Em certos momentos da vida, acontecem aquelas
encruzilhadas, abrem-se alternativas de percurso e, ao contrário do meu caso,
abriu-se uma carreira política, primeiro regional e depois nacional. A sua
experiência de Ministro do Trabalho é, na minha perspetiva, uma das mais
positivas da democracia. Creio também que deixou marcas no Parlamento Europeu e
a partir daí evoluiu para um estatuto de senador social-democrata que tem
exercido com muita dignidade.
É um daqueles casos de alguma coerência social-democrata
que, atendendo ao destempero e desvario que grassa pela família social-democrata
(nacional), se diferencia na sua sobriedade e coerência de posições.
Tudo isto a propósito das declarações de hoje do Dr. José
Peneda a propósito do pronunciamento da OCDE sobre a economia portuguesa e sobre
a obsessão desta instituição pela desregulamentação do mercado de trabalho. Afirmações convincentes que desmontaram para a TSF a irrelevância do argumento, às quais
se juntou uma convincente desmontagem do argumento da descida de salários
apregoada por muitos como escapatória de curto prazo, transformável como
sabemos em ladainha de longo prazo.
A OCDE permanece ainda como um braço armado, algo
encapotado, do paradigma da liberdade dos mercados e começa claramente a perder
notoriedade e poder de fogo na opinião pública. Que tenha sido um candidato a
senador social-democrata a denunciar as suas posições é um sinal dos tempos.
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