quinta-feira, 26 de julho de 2012

DIZ-LHES COMO É, JOSÉ


O Presidente do Conselho Económico e Social, Dr. José Albino da Silva Peneda, é meu conterrâneo, colega de escola primária, na Universidade e na prática desportiva (voleibol) e amigo por isso de longa data.
Em certos momentos da vida, acontecem aquelas encruzilhadas, abrem-se alternativas de percurso e, ao contrário do meu caso, abriu-se uma carreira política, primeiro regional e depois nacional. A sua experiência de Ministro do Trabalho é, na minha perspetiva, uma das mais positivas da democracia. Creio também que deixou marcas no Parlamento Europeu e a partir daí evoluiu para um estatuto de senador social-democrata que tem exercido com muita dignidade.
É um daqueles casos de alguma coerência social-democrata que, atendendo ao destempero e desvario que grassa pela família social-democrata (nacional), se diferencia na sua sobriedade e coerência de posições.
Tudo isto a propósito das declarações de hoje do Dr. José Peneda a propósito do pronunciamento da OCDE sobre a economia portuguesa e sobre a obsessão desta instituição pela desregulamentação do mercado de trabalho. Afirmações convincentes que desmontaram para a TSF a irrelevância do argumento, às quais se juntou uma convincente desmontagem do argumento da descida de salários apregoada por muitos como escapatória de curto prazo, transformável como sabemos em ladainha de longo prazo.
A OCDE permanece ainda como um braço armado, algo encapotado, do paradigma da liberdade dos mercados e começa claramente a perder notoriedade e poder de fogo na opinião pública. Que tenha sido um candidato a senador social-democrata a denunciar as suas posições é um sinal dos tempos.

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