quarta-feira, 17 de julho de 2013

“A DESCOMUNAL INDECÊNCIA DO SILÊNCIO”



O título é de José María Izquierdo, hoje no El País, artigo cuja leitura recomendo, como chave de interpretação pelo turbilhão político que atravessa a vizinha Espanha.
"Luis, nada es fácil, pero hacemos lo que podemos. Ánimo". Este é um dos SMS de 2012, enviado por Rajoy a Barcenas, quando as coisas começaram a descobrir o lado menos lícito do ex-tesoureiro do PP. O jornal El Mundo publicou as mensagens telefónicas entre Barcenas e Rajoy, cuja existência o PP não nega, embora rejeite qualquer intervenção menos lícita do primeiro-ministro espanhol no processo.
Em nome dos mais insondáveis desígnios da “estabilidade” Rajoy tem negado a ida ao Parlamento para dar uma explicação cabal aos cidadãos espanhóis, aturdidos por tanta trampa que se liberta das sucessivas revelações de Barcenas.
Luís. Lo entiendo. Se fuerte. Mañana te llamare. Un abrazo.”
Não é líquido que Barcenas consiga provar todo a trama dos financiamentos paralelos do PP e as sobreremunerações de alguns políticos, entre as quais a curiosidade de alguns ministros as receberem por compensação da perda remuneratória que a ida a ministro representa. Não é também líquido que Rajoy incorra em delitos penais.
Mas o que parece certo é a total falta de credibilidade política que o argumento da estabilidade representa nestas condições e a falta de coragem vertebral do primeiro-ministro recusando a ida ao Parlamento.

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