A vinheta de El Roto de
hoje, no El País, fala por si, dispensa palavras.
“O país pode de facto precisar de
um acto de emergência, de uma aliança excepcional, de entendimentos sem
precedentes, de uma diferente exigência temporal nos acordos entre partidos,
mas não pode ser encerrado num acto de "salvação nacional" que, por
assim se classificar, se coloca à margem do debate e do escrutínio democrático.
Na realidade, o verdadeiro objectivo deste processo é minimizar o papel das
eleições no processo democrático, colocando os portugueses e a soberania do
voto popular sob a tutela de acordos que, ao usarem a grandiloquente expressão
de "salvação nacional", diminuem a democracia. Na verdade, quem é que
pode estar contra a "salvação nacional"?
Pois, uma
outra forma, mais direta e incisiva, de captar o efeito perverso da
neolinguagem centrada no valor absoluto da estabilidade.
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