Se melhor evidência houvesse
de que como comentador político não vou longe, ontem propunha como inevitável a
demissão de Maria Luís Albuquerque e hoje ela assume o lugar de Vítor Gaspar, o
qual entregue ao seu isolamento progressivo no interior do governo parte para
outras paragens.
Mas aqui há gato. A nova ministra
das Finanças continua a assumir que não recebeu informação sobre a matéria dos
SWAP’s do governo anterior pelo que ou não fala verdade ou então a informação
que Gaspar confirmou ter recebido de Teixeira dos Santos não terá sido
comunicada à sua secretária de Estado.
O episódio é uma perfeita
ilustração das desgraças desta governação. Passos Coelho deixa de ser coberto
pelo prestígio de Gaspar junto dos meios financeiros e da nomenclatura de
Frankfurt e Berlim, para ficar entregue ao seu círculo de progressão na política
interna do PSD e ao grupo de interesses que a ela se associou.
Nos últimos tempos admiti
que a debilidade política do governo pudesse eventualmente aguentar mais do que
o inicialmente esperado. Com esta demissão e com as informações disponíveis
sobre o que a determinaram, a fragilidade governativa volta a emergir
cristalina. Lá vai Seguro ter de operar de novo uma nova mudança de ritmo.
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