segunda-feira, 15 de julho de 2013

AS MÁS COMPANHIAS DO PODER EM ESPANHA



Bruma e humidade na praia, logo tempo de leitura na esplanada e tempo suficiente para mergulhar em tudo que é jornal, de papel, enquanto as poupanças não se recompõem e um Ipad novo não chega para substituir o desaparecido (talvez roubado).
A leitura dos jornais espanhóis (El País e El Mundo) confirma a ideia de que as economias do sul não se recomendam, ideia que se alarga a Itália onde um vice presidente do Senado, membro da Liga do Norte, chama orangotango a uma ministra negra do seu país e a impunidade protege tal desaforo.
Tenho seguido ao pormenor a novela Barcenas-Rajoy e o espanto é total com a também impunidade que permite ao primeiro-ministro espanhol não apresentar uma explicação cabal aos espanhóis ou demitir-se, sobretudo depois de serem infligidos à população espanhola rudes cortes e penosidade que baste. O financiamento paralelo do PP surge claro como água, Rajoy e Cospedal surgem “nomeados” em lançamentos contabilísticos paralelos e o El Mundo proporciona um golpe duro para o governo com as mensagens SMS entre Barcenas (ex-tesoureiro do PP gestor do financiamento paralelo) e Rajoy inequivocamente reveladoras pelo menos de uma amizade que deveria ter sido melhor escolhida pelo atual primeiro-ministro. Apetece-me resumir tudo numa equação mais ou menos estranha: “Economias do sul: ‘accountability’= 0).
Cá mais para cima, nesta Galiza mesmo aqui em frente da minha varanda virada para o Coura e para o Minho, o El País documentava ontem outras amizades e companhias mal escolhidas. Feijó, presidente da Xunta, privou regularmente com Marcial Dorado Baúlde, “ilustre” contrabandista hoje detido numa prisão de Salamanca, nos períodos de veraneio na sua casa de Baiona.
O que torna esta questão apimentada, e não está aqui pelos vistos em causa qualquer financiamento ao PP, é que o assunto tem sido alimentado por relatos de Dorado provenientes do estabelecimento prisional de Topas em Salamanca, o que não deixa de ser uma forma bastante heterodoxa de ir influenciando o debate político em Espanha.
Entretanto, não consta que nem PSOE, nem outros partidos da esquerda, mostrem sinais consistentes de “remontada” da sua base eleitoral, sinal de uma trajetória rápida para o apodrecimento.

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