terça-feira, 16 de julho de 2013

BPNGATE



Começou por parecer um lamentável problema de deficiência regulatória por parte do Banco de Portugal, depois evoluiu no sentido de conter forte sintomatologia do foro psicológico e demencial, seguidamente revelou-se um evidente caso de polícia e fez emergir dimensões políticas e económicas múltiplas e de colossal impacto, agora chegou ao ponto de já não poder ter outra leitura senão a de se ter tornado uma maldição/bruxaria que caiu sobre os portugueses. Refiro-me, obviamente, à interminável história do BPN (acima referida como “mal contada” pelo cartunista do “Bartoon”, Luís Afonso) e ao facto de ter vindo a público que o “comprador” BIC (40 milhões saídos contra 500 milhões entrados) já está a exigir 100 milhões de euros a título de contingências previstas contratualmente como compensáveis e estará bem longe de se ir ficar por aí.

Mas quem elaborou este contrato? E quem foram os seus acompanhantes e o responsável último pelos seus termos? E quem o assinou? E que relação terá o seu clausulado concreto final com o braço-de-ferro e a rutura entre os negociadores de novembro de 2011, conducentes a que Passos tivesse então decidido intervir pessoalmente para salvar o negócio? E como encaixa neste puzzle a demissão de um administrador do BPN (José Lourenço Soares) “por entender que [o contrato] era prejudicial, para não dizer ruinoso, para os interesses do Estado”? E que outros interesses estão aqui em jogo e como se cruzam eles entre si?

Algumas de tantas coisas que nunca ninguém nos dirá…

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