Passou quase despercebida, na vertigem dos loucos dias políticos que temos vivido, uma notícia que envolve e devia envergonhar um dos nossos empresários de referência no domínio da comunicação social: Miguel Pais do Amaral (MPA), atualmente presidente não executivo do grupo Media Capital que detém a TVI e com interesses, designadamente, na Editora Leya, na Reditus, na TEG e na Companhia das Quintas.
Trata-se da sua implicação num processo de faturas falsas num valor global superior a 4,5 milhões de euros e descoberto no âmbito de uma investigação da chamada “Operação Furacão”. Sendo que o conhecido 4.º Conde de Alferrarede reconheceu a sua ligação a um tal esquema ilegal, dizendo que o mesmo “na altura era uma prática corrente em várias empresas” (!), e aceitou pagar ao Estado mais de 1,4 milhões de euros para escapar a uma acusação de fraude fiscal qualificada. Com efeito, ficou provado que “todas elas [as faturas] dizem respeito a serviços que não foram efetivamente prestados”, que as mesmas circularam por empresas criadas no estrangeiro (sobretudo Reino Unido e Irlanda) com o objetivo de fugir aos impostos, que a quantia deu entrada em contas bancárias controladas por MPA e que este não declarou os rendimentos assim auferidos em sede de IRS.
Note-se que este caso se insere no único inquérito já concluído dos sete em que foi dividida aquela “Operação”, dele tendo resultado que o Estado foi lesado num montante total de 36,6 milhões de euros. E assim vamos, tudo a ajudar…
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