Agora que parece eminente a
recauchutagem do governo, mas ainda sem confirmação de nomes e até de orgânica,
é natural que os mais curiosos frequentem o baú dos achados recentes mas
anteriores à vertigem suicida dos últimos dias.
No meu radar de notícias,
caiu um registo do Jornal i de 5 de junho de 2013, no qual se dá conta de uma
intervenção de António Pires de Lima na Antena 1, segundo a qual “A única
alternativa que eu vejo à política do Governo é, de facto, a saída do euro.
Para além do caminho que estamos a passar essa é uma alternativa que vale a
pena estudar e aprofundar”.
Desconheço o registo e o
contexto em que tal afirmação foi produzida. Pode ser que Pires de Lima tenha
querido provocar a esquerda fora do chamado arco da governação levando-a a
discutir uma hipótese que, por exemplo, sempre e desde muito cedo Francisco
Louçã rejeitou.
Mas, seguindo a pista dos
jornais que coloca Pires de Lima na nova composição do governo, este achado do
baú das notícias recentes não deixa de ser curioso.
Cá por mim, desconhecendo
qualquer hipótese de retirada estratégica do euro sem danos colaterais,
duvidando da eficácia das desvalorizações competitivas em países da periferia e
pensando que uma economia pequena como Portugal estará mais defendida das
ameaças da globalização no interior da UE do que fora dela, continuo a
perfilhar a ideia de que só no âmbito de uma solução global e negociada para o
conserto do Euro é que fará sentido discutir tal cenário, com resgate brando ou
reestruturação da dívida, isso veremos.
Sem comentários:
Enviar um comentário