segunda-feira, 3 de novembro de 2014

AMSTEL STREET



Em tempos de meninice bem longínquos, quando este blogger era campeão de caricas, que ao tempo e no meu contexto de relações se chamavam sameiras, já não sei por que motivo tinha um fascínio especial por uma carica da AMSTEL BEER. Creio que uns fragmentos de memória me dizem que o fascínio se devia ao facto de um ciclista da época, com grande prestígio internacional, usava uma camisola com o patrocínio da AMSTEL. E nas corridas improvisadas, solitárias ou acompanhadas, a AMSTEL portava-se bem e deslizava lesta e segura no contorno dos obstáculos.
Ora, pelas coincidências da vida, aqui estou hoje em Amesterdão, na Amstel Street, no Bridge Hotel, bem em cima do canal e do qual avisto as confortáveis salas de habitações despretensiosas que ladeiam um dos muitos da miríade de canais que anima esta cidade. 

Estou aqui para uma reunião de trabalho, estilo think-tank, organizada pelo secretariado do URBACT e a convite do Willem van Windem (University of Amsterdam) e do Luís Carvalho, que já participou neste blogue, que animam tecnicamente esta rede. O URBACT está neste momento a refletir sobre a promoção do desenvolvimento económico nas Cidades para preparar um novo ciclo de projetos de cooperação em que cidades como Aveiro e Óbidos têm sido muito ativas. Amavelmente acharam por bem convidar-me e aqui estou para apresentar na próxima quarta-feira uma comunicação centrada no tema MANAGING THE URBAN ECONOMY: PUBLIC POLICY LIMITS AND THE CHALLENGE OF COMPETENCES. Nesta apresentação, entre outras abordagens, utilizo o exemplo do Porto para mostrar como é por vezes difícil reconstruir a inimitabilidade que algumas cidades adquirem. Deixo-vos a minha interpretação da visibilidade e notoriedade essencialmente turística (2,3 milhões de dormidas hoteleiras em 2013) adquirida pelo Porto, em inglês, mas para meu fado a apresentação de quarta-feira teve de ser pensada de raiz em inglês.
Slide Porto 1
§  In very recent years, the strong increase of city-break tourists and the international visibility of the city (Lonely Planet, New York Times,…)
§   Suggest that Porto is reaching a relevant threshold of inimitability (at least touristic)… may be ephemeral or not, we don’t know yet
§   A very pertinent question is to ask for how this inimitability has been built?
§   A powerful political project for the city? No, on the contrary!
§   A relevant role played by central government? No, the dynamics of Porto is historically not strongly dependent of central administration support
Slide Porto 2
§  What are then the inimitability factors?
§   The role of tradition: Port wine and the associated ambiance, which curiously is not located in the city but in the other riverside city Vila Nova de Gaia …
§   Novelty factors: the School of Architecture (Siza Vieira and others)? Two important cultural projects (integrated in European and world art networks): Serralves Museum of Contemporary Art (Siza Vieira) and Casa da Música (House of Music) (Rem Koolhaas)? The internationalization of the University and the strong increase of foreign Erasmus students? The visibility of football: Porto won 2 times the Champions league?
§   Ambiance, atmospheres, social tolerance, multiclass city?
Slide Porto 3
§  The lagged effect of being European Capital of Culture in 2001 or of the UNESCO World Heritage Award of Porto historical centre in 1996? But why the lagged effect?
§   Ryanair and other low-cost companies (Easy Jet, principally) discovered the city, now largely dominate the number of flights and passengers in a modernized airport …
§   A very interesting network of flights with main European cities and Brazil (TAP) and second and third European cities (low cost companies) radically transformed the demand of the city …
§   What a combination! No easily replicated. Supported by a weak model of urban governance!
Slide Porto 4 – Porto versus Lisbon
§  The comparison shows that size matters (for example the capacity to attract world congresses and the advanced human resources…)
§   The Lisbon urban governance model is more effective and aggressive …
§   Ambiance, atmospheres and multiculturalism are also present in Lisbon
§   The ambiance of the past too (the reminiscence of the Empire dimension).
Matéria exploratória para elaborar oportunamente e na ocasião adequada um case study sobre o Porto de Rui Rio a Rui Moreira, com a ajuda da minha colega Elisa Babo que é a verdadeira especialista destes temas.
Deixo-vos ainda com o programa da reunião do URBACT:
Draft Programme think-tank meeting 4-5 November, Amsterdam
Venue: Studio K Amsterdam
Timorplein 62, Amsterdam (east of the city centre), http://studio-k.nu/contact/
Aims of the meeting:
-Discussing what cities can (and cannot) do to promote the urban economy
-Sharing new practices & developments in the emerging urban digital economy, green economy, civic/collaborative economy
-Discussing dilemmas, and finding out what new skills and approaches are relevant & needed in Europe’s cities
Tuesday 4 November
09h00 - 10h00 Welcome, intro
10h00 - 12h30 The digital urban economy: key challenges
IT and digital Dublin - Jamie Cudden, City of Dublin
IT Valley Kosice -
-lunch-
13h30-15h30 The Green Urban Economy: Developing green business?
Contributions:
Smart City Amsterdam
Linkoping Green City – Prof. Stefan Anderberg, Linkoping University
15h30-17h00 Managing & collaboration in polycentric regions
Contributon: Mr Wichert, Ruhr Metropole, director, Fundamental Issues
19h30 Joint dinner
Wednesday 5 November
09h00-10h30 New competences needed for managing the urban economy?
Contribution: Antonio Figueiredo, director of Quaternaire, Porto, Portugal
10h30 - 12h00 The collaborative & civic urban economy
Contribution: Emma Clarence, Nesta (UK)
12h00 - 12h30 Next steps, how to communicate the findings
-end of meeting
Estou com curiosidade em compreender o mix funcional do Studio K onde será realizada a reunião que é nada mais nada menos do que cinema, centro comercial, hotel, centro de reuniões e outras facilidades. O modelo de desenvolvimento urbano holandês sempre me fascinou e aqui uma das suas especificidades – o mix funcional.

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