quinta-feira, 6 de novembro de 2014

MENOS DOGMATISMO NO HORIZONTE?


Lentamente, quiçá demasiado lentamente para o gosto de alguns de nós, as análises vão (re)ganhando algum sentido. Estará o bom senso a regressar? Refiro-me à grave crise em que a economia mundial mergulhou desde 2007/08 e, em especial, às leituras que foram sendo feitas das suas causas, aos diagnósticos que foram sendo dirigidos aos seus males e às políticas que foram sendo sucessivamente equacionadas e aplicadas em resposta às suas manifestações.

Reporto-me hoje à recente publicação pelo IEO (Independent Evaluation Office) – um organismo criado em 2001, no quadro do FMI, e vocacionado para avaliar as suas políticas e atividades mas com total independência em relação à gestão do Fundo – do relatório “IMF Response to the Financial and Economic Crisis”. Onde, apesar da predominância de uma argumentação cautelosa, algumas afirmações de mais duvidosa ortodoxia terão forçado a senhora Lagarde a uma imediata demarcação. Razão bastante para nos determos sobre algumas ideias – como a de que “os remédios preconizados pelo FMI para as economias avançadas a partir de 2010 estavam em contradição com o que sabíamos há muito quanto à eficácia de tais políticas nas condições prevalecentes após uma crise financeira, isto é, num quadro de endividamento maciço do sector privado” – e até para termos decidido encaixilhar um dos excertos disso mais ilustrativos (os sublinhados são meus), tudo na perspetiva de talvez um dia...

(Aurélien Froment, “Aurel”, http://lemonde.fr) 

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