domingo, 23 de novembro de 2014

A GRÉCIA DE VOLTA



Nos últimos dias, voltou a falar-se com alguma insistência da Grécia aqui mais a sudoeste da Europa. Por um lado, porque a coligação da esquerda radical (“Syriza”) lidera cada vez mais folgadamente as sondagens (ver acima) e o seu líder (Alexis Tsipras) andou por perto, participando em Madrid na abertura da “Assembleia Cidadã” do “Podemos” e fazendo declarações tonitruantes ao “El País” (síntese acima). Por outro lado, porque os incidentes político-partidários internos evoluem a bom ritmo, sobretudo na coligação governamental, sempre com a inestimável ajuda das incessantes exigências da querida Troika.

Além das acusações recíprocas entre a “Nova Democracia” e o “PASOK”, os boatos mais recentes são o de que os respetivos líderes estarão a considerar a hipótese de convidar Tsipras para as negociações e o de que o ministro das Finanças, após ter prometido que “manteremos a Grécia na família europeia”, terá em cima da mesa um orçamento para 2015 sem qualquer das medidas novas solicitadas pela Troika. Enquanto isto, Tsipras vai fazendo a sua contagem decrescente para 2016 e afinando a sua preparação primo-ministeriável, pondo nomeadamente a tónica numa obviamente indispensável renegociação das condições do resgate e/ou reestruturação da dívida e pronunciando-se pela “celebração de uma conferência europeia sobre a dívida similar à de Londres em 1953 onde foi aliviada a dívida alemã” e por que a troika de credores e os líderes dos países mais fustigados pela crise “se sentem ante um tribunal europeu ou internacional para prestar contas das suas ações conducentes a uma crise humanitária”. Os motores aquecem para uma estrada cheia de curvas...

(Frederick Deligné, http://www.nicematin.com)

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