Faz bem o meu colega de blogue em querer
regressar aos grandes temas, aos temas que interessam, e deixar este ambiente
depressivo em que uma sucessão de acontecimentos até à prisão preventiva de Sócrates
e todo o circo das aberrações mediáticas por ela suscitadas nos tem enredado. É de facto tempo
de recuperar a sanidade e respirar, simplesmente respirar.
Mas não é fácil. A prova é que, em ambiente de
fim-de-tarde propício a pesquisas que nos trouxessem mais peito e melhor ar
para respirar, eis que dou com uma pergunta inquietante do Embaixador Francisco Seixas da Costa no Económico on line.
O Embaixador não é um comentador qualquer. A interrogação de Seixas da Costa
trabalha do ponto de vista da reputação do país os acontecimentos que vão desde
a ruína fraudulenta do BES-GES, a implosão da PT como desejada empresa global
para o mundo da lusofonia, os malefícios dos visas de soberania até à prisão
preventiva de Sócrates. E perante tudo isto coloca a seguinte inquietante questão:
“Se, apesar
do efeito reputacional destes eventos, o país não se afundar perante o mundo,
só uma conclusão é legítimo tirar: já não somos nós que nos sustentamos perante
o mundo, é apenas a nossa irrelevância no jogo global que nem sequer nos
permite sermos sujeitos da nossa própria crise. Porventura, é melhor assim.”
Ares bem depressivos nos traz o Embaixador. Terei
de procurar referências menos pesadas.
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