terça-feira, 18 de novembro de 2014

OS CARLOS


Segundo dia da Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BES e nova jornada longa. Continuo sem entender o que pretende o PSD com este processo mas, seja lá o que for, a maioria dos deputados que escolheu para integrar a Comissão mostra-se tão aflitivamente medíocre que deles pouco ou nada de útil se poderá esperar. Também não deixa de ser curioso, e chega até a ser idílico, observar os meritórios esforços dos mais diligentes deputados à esquerda do PS no sentido de corrigir e moralizar o funcionamento do sistema capitalista que os envolve. Mas o que de mais relevante saiu deste dia foram os desencontros, nem sempre abertos e assumidos mas bem presentes nas linhas e entrelinhas, entre os Carlos que dirigem o Banco de Portugal e a CMVM – uma situação que já vem de longe, dos tempos em que todos coexistimos no Gabinete de Estudos do Banco Português do Atlântico, e que nunca compreendi em toda a sua extensão. Só que o que antes era mais ou menos a feijões, e em última instância só relevava para os dois, vai agora ao cerne de matérias essenciais por esclarecer neste fragilizado Portugal de hoje – daí que insista na minha ideia de não alcançar as razões pelas quais duas personalidades de reconhecida inteligência e da maior honorabilidade pessoal podem assim estar, objetivamente, a desviar atenções e a beneficiar os verdadeiros infratores; o que só pode lamentar-se...

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