quarta-feira, 12 de novembro de 2014

RISKY RUSSIA

Quatro meses atrás, e por ocasião da publicação do relatório anual do BIS, mencionei aqui aquelas que eram vistas como as principais ameaças pendentes sobre a economia mundial (where the next crisis might strike): o sistema bancário chinês, a euforia especulativa reinante nos mercados, a persistência de taxas de juro baixas e o endividamento dos países emergentes. Nada de essencial terá sido alterado nesse diagnóstico, apenas se lhe parecem adicionar agora outros fatores de enorme risco – designadamente: a evolução dos preços do petróleo e, muito em especial, os desenvolvimentos em curso na Rússia (já conduzindo os spreads dos CDSs das obrigações soberanas a cinco anos para níveis superiores aos do conjunto das economias emergentes – gráfico acima).



A causa próxima desta inversão de risco pode ser encontrada na decisão do banco central russo de não prosseguir os esforços que vinha envidando no sentido de manter o valor do rublo dentro de um determinado intervalo de variação. Recorde-se que, desde o início de 2014, a divisa russa já perdeu 25% face ao euro e 30% face ao dólar, tendo-se contudo a situação tornado agora insustentável perante a pressão adicional associada à forte queda que se vai verificando no preço do crude (gráfico abaixo). De notar que, de acordo com cálculos recolhidos pelo “Financial Times”, é de 110 dólares por barril a cotação necessária para que a Rússia possa equilibrar a sua posição orçamental – não está nada fácil...

Sem comentários:

Enviar um comentário